Por Thiago Santos

  Seguindo a atual tendência de álbuns mais curtos, rondando os trinta minutos, apresenta em seu álbum Infinite Worlds um indie rock/lo-fi que abusa dos synths, e foca na construção de um clímax ao longo de cada uma de suas 8 faixas, sem medo de demorar demais em um riff ou se estender em uma nota.

               Enquanto de um lado temos os rappers que saíram do SoundCloud, como Lil Peep, Lil Pump e todos os outros “Lil”, que começaram a faturar milhões depois de terem seu trabalho descoberto na rede social, do outro temos Laetitia Tamko, ou Vagabon, que achou no Bandcamp uma sólida base para dar início a uma carreira ainda curta, mas já brilhante e promissora.
Não é como se fossem duas pontas antagônicas, mas é um processo novo e semelhante: A formação de estrelas da música através do contato direto com os fãs (antes do assédio das milionárias gravadoras).

             Vagabon usa seu timbre mais grave de voz, que lembra Elena Tonra, da Daughter, ou até Florence Welch em alguns aspectos para contar curtas histórias sobre relacionamentos passados e divagações sobre a vida e como seria se a realidade fosse diferente, e principalmente sobre mudanças – De apartamento, relações sociais, amores e pontos de vista que tinha anteriormente.

          Suas habilidades não se estendem aos vocais e à ponta da caneta. Laetitia se mostra uma verdadeira multi-instrumentista, tendo gravado também bateira, synths e guitarra para o álbum, quase como uma banda de um homem só, mas sem precisar mandar a ver em todos juntos dentro do estúdio. Ela também já mostrou seu valor ao vivo em seu NPR Music Tiny Desk Concert.


               Fugindo da proposta de ser inovadora e encabeçar um novo gênero musical, Vagabon só quer que você sinta a catarse que ela sentiu ao montar este álbum. E também que preste mais atenção na cena que cresce por meios mais alternativos que playlists do Spotify ou pela seção “Em Alta” do YouTube.        

                A artista se apresenta na Balaclava Fest, lá na Audio, no dia 27 de abril. Pra quem gosta de um indiezinho, não tem coisa melhor.

Favoritas: Cold Apartment, The Embers, Alive and a Well