Com os cabelos mais legais da atualidade, o power trio de Houston se uniu para fazer o Funk grande de novo. Com álbuns instrumentais, o abandono do liricismo e com o inteligente uso de ritmos vindos de várias partes diferentes do mundo, Khruangbin se mostra uma banda eclética e provavelmente seriam os favoritos do Tim Maia se ele ainda estivesse por aqui.

Lançado em janeiro de 2018, o segundo álbum da banda, “Con Todo El Mundo”, traz, junto com o habitual chill-funk, uma faceta árabe que se apresenta ao longo de todo o álbum, trazendo uma sonoridade muito diferente da encontrada no álbum anterior, que se aproximava um pouco mais da Tailândia.
Somos levados por uma trilha: Muitas vezes calma e verde como nas cadenciadas “Friday Morning” e “Cómo Te Quiero”, mas também intensa e pedregosa como quando chegamos em “Maria También”, perfeita para se ouvir durante uma perseguição a cavalo no meio do deserto.
Apesar de mundiais, a essência dos três em nenhum momento chegou a ser deixada de lado da fundação do álbum. Do começo ao fim a banda se preocupa em mostrar seu amor pelo Texas, fazendo com que o álbum seja árido, enquanto incorpora a sonoridade do Oriente Médio e um pouco da constante interrupção do flamenco espanhol. É tanta a pessoalidade do álbum que o próprio nome do álbum, “Con Todo El Mundo”, é a resposta que Laura dava a seu avô depois que ele a perguntava o quanto ela o amava.
Sendo entusiastas do Dub, subgênero nascido do reagge jamaicano que costuma focar na proeminência da bateria de do baixo, em 2019 lançaram o “Hasta El Cielo (Con Todo El Mundo in Dub)”, um novo mix de seu álbum anterior, fazendo, mais uma vez, uma homenagem a outro estilo vindo de outro país.
Khruangbin mostra que a música transcende a letra, quase que desafiando grandes compositores a aflorarem nossos sentimentos apenas com o som que não se pode traduzir.
A banda vem ainda este ano para o Popload Festival, onde se apresentarão também grandes ícones da música como Patti Smith e Jack White, acompanhado do The Racounteurs.
